Romaria

O Vaticano, sede da Igreja
Católica, fica em Roma.
Como a maior parte das
peregrinações religiosas
sempre teve Roma como
destino, a palavra romaria
acabou se transformando
em substantivo que designa
qualquer viagem ou excursão
de fiéis.

Extraído do livro "O guia dos
curiosos - Português",

de Marcelo Duarte

Quero o que?

Quero o que? O sol luminoso das manhãs, sob o qual minhas ideias se iluminam ou quero a doce garoa da tarde, que me flutua como um avião de papel? Quero o vento que varre o pó amontoado ou quero a brisa que sopra breve enquanto caminho na praia? Quero as ondas violentas rebentando nas pedras ou o suave vai-e-vem das marolas à beira-mar? Quero a areia fofa e quente do verão, para que os meus passos sejam ágeis e céleres, ou o chão alagadiço dos pântanos, para que o meu ritmo seja denso e vagaroso?
Quero chegar a tempo e ter uma vida pontual ou dar certo, mesmo que meu próprio compasso me atrase? Mais vale a minha inspiração ou a agenda que eu carrego? Quero o que? O dia apinhado de compromissos ou o dia livre para marchetear meu espírito? Vale mais banhar a alma de tempestade e bonança ou deita-la confortável na rede? Quero o sono dos justos ou a noite sobre as estrelas cadentes, onde nascem os meus pedidos? Quero o céu luminoso da lua ou obscuro do eclipse, sem o que a vida é um engodo?
Quero o que? O faz-de-conta da fantasia ou as notícias sangrentas dos jornais, sem as quais a concorrência me leva? Quero ser competitivo no mercado ou doar meus conhecimentos à humanidade, para que todos tenham o que eu tenho? Quero vender as minhas ideias, como bom comerciante, ou doá-las à rosa, como ela me doa o seu perfume? Quero, sobretudo, deixar que o meu Universo queira a minha querença por mim.

Coração

"Pois bem, em tais situações a emoção passa para o plano somático e o indivíduo começa a padecer de afecções cardíacas que o perturbam. A batida do coração descarrila e o indivíduo vê-se forçado a ouvir literalmente aquilo que o coração tem para lhe dizer." (trecho de "A doença como caminho", de Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke)

Homeostase Quântica da Essência




Entrevista concedida pelo pioneiro da
Homeostase Quântica da Essência,
Sérgio Roberto Ceccato Filho

14 mil dias

Não posso dizer que até aqui a minha jornada tenha sido de descobertas, porque, afinal, todos acabamos por descobrir as mesmas coisas; mas posso dizer que sob olhos poéticos a vida ganha contornos muito particulares. Sobretudo quando se bate às centenas de portas que se antepõem ao nosso caminho diariamente. Muitas não se abrirão jamais, e outras se abrirão oportunamente, pois tem o seu tempo e a sua razão; nestas, descobri que mensageiros nos avisarão a hora certa se deixarmos um bilhetinho pendurado. Algumas se abrirão traiçoeiramente e seremos expulsos a quedas e escorregões se ousarmos transpassá-las inadvertidamente. Muitas estarão destrancadas, mas só saberemos se estivermos atentos e só entraremos se estivermos dispostos.
Andar pelo castelo da vida é realmente uma arte: requer a mansidão dos poetas, a sensibilidade dos pintores, a cadência dos músicos. Requer a virtude mais que o defeito, porque o defeito corrigido é virtuoso. Requer respeito e compaixão porque nunca estamos sozinhos e os outros não são melhores nem piores, apenas diferentes. Requer desapego, porque por nem todas as portas passa tudo o que queremos levar. Requer amor e diplomacia porque, afinal, também abrimos e fechamos portas.
Pelos corredores do castelo não se anda, mas se deixa levar. Suas paredes não são tijolos, mas conduzem como as trilhas de um campo aberto, onde há flores à beira da terra de chão ou buracos, insetos e bichos, conforme o peregrino. Nenhuma trilha continua sem escolhas e nenhuma escolha é fácil quanto parece. Há sinais a seguir, mas muitas vezes escolhemos os nossos, que juramos existir. E damos com pântanos, desertos e solidão, junto do calor árido, longe do calor humano. Mas vale também o mergulho para dentro, que torce sombras e remexe fantasmas.
E, sim, espantamos nossos medos quando tudo mais acontece, como se outras portas se abrissem ao mesmo tempo. E assim, ao completar hoje – 17 de maio de 2011 –, 14 mil dias de vida, não terei descoberto um segredo que alguém ainda não saiba, mas terei aprendido a mergulhar num instante de paz, onde o certo e o errado já são coisas do passado. Terei aprendido nesta jornada a acumular riquezas: não aquelas que não passam pelas portas, mas as que sempre me acompanham, aonde quer que eu vá.