Amor

Do nada, o amor é tudo. Do Tudo, da Providência Divina, veio o amor. O amor é filho celeste, parido sem dor, porque amar não dói. Amor não é fogo, porque amar não queima. Amor atenua, amansa, faz dormir. O amor é um sonho, onde flores de todas as cores se abrem numa única pétala, doce, suave. O amor é suave, brando como o barquinho de papel que desce a corredeira: de tão simples, Deus o protege por todo o caminho, dos trancos, das pedras, dos musgos; corre solto, não se enrosca. O amor é liberdade, não aprisiona.
O amor não se põe em caixinha, não tem tampas, não tem medida, não enche os sacos nem os picuás, não extravasa, não derrama, não sobra, não falta. O amor alimenta, multiplica, conduz como a corredeira, que sabe bem o barquinho que carrega: dá-lhe continuidade, espaço e força para seguir adiante; como filho de Deus precisa dar a volta ao mundo e mostrar que, mesmo de papel, não pode ser destruído.