A festa

Cais de pessoas
Caras, figuras, figurinos
Desfile de sorrisos,
Amarelos, inertes;
Multidão.
Espalhadas, jogadas, aos montes
Incessantes
Incontinentes
Intermitentes
Ordenadas em confusão.
Conversa fiada,
Cruzada
Vozes que fundem
A inocência dormindo
Roda-viva de gente,
Girando em profusão.
Adorno, criado;
Contraste
As pérolas, o longo, a gravata,
Bandejas de pompa,
Levadas sobre a mão.
Circulam, rodeiam
Estancam;
E riem, suspiram, lamentam
Sem graça aparente;
E bebem e falam e trombam,
Tantas que são.
Entreolham, medem, censuram
Cabelos, alma e cascalho,
Andam sem rumo
Despejam veneno
Vão.
Gente que anda
Títulos no peito,
Iluminados na testa:
Me olha, me beija, me explora
Convidados de mais
Conhecidos de menos
Presentes à festa
Que eu dei;
Solidão.

Um comentário:

anamarimar disse...

Olha isso! Meu amigo Paulo investimento no sentimento poético! Amei isso viu!

Vai nessa que dá prato cheio!
Um beijo poético
ANA MARIA MARUGGI