Não somos todos livres

Nesta quinta-feira completou 122 anos a sanção da Lei Áurea, que legalmente extinguiu a escravatura no Brasil, assinada pela princesa Isabel e pelo então ministro da agricultura Rodrigo Silva. Quase 1 milhão de escravos foram libertados, num país com uma população de 15 milhões de habitantes.
Foram séculos de servidão e maus tratos aos africanos, trazidos por portugueses e holandeses de suas colônias para a mão de obra forçada, principalmente na lavoura. Vinham em navios negreiros e eram tratados como mercadorias; trabalhavam demais e comiam de menos, vestiam trapos e dormiam presos a correntes que os impediam de fugir.
A escravidão é um dos capítulos mais bizarros da história da humanidade. E, pior do que descobrir que os maias eram escravocratas –, assim como os astecas, os incas, os hebreus, os egípcios, os espartanos, os gregos e os romanos, os indianos e os chineses –, é constatar que o escravismo ainda é uma prática atualíssima, inclusive no nosso país.
Mesmo depois da lei abolicionista de 1.888, o governo brasileiro reconheceu “a existência de formas contemporâneas de escravidão em seu próprio território”, instituindo planos e programas para erradicação do trabalho escravo, que ocorre principalmente nas zonas rurais, sob a forma de cativeiros por dívidas, das servidões doméstica e infantil e da ilegalidade de contratos entre patrões e trabalhadores.
Atualmente há milhões de escravos pelo mundo; entre os árabes e os muçulmanos, na Ucrânia e na Moldávia, na Tailândia, nas Filipinas e no Sudão; há as escravas domésticas, a escravatura branca, a prostituição forçada, o tráfico de crianças. Há mentira, seqüestro e falsas promessas que levam os incautos da esperança de uma vida melhor para a tragédia anunciada.
O 13 de maio é uma data histórica e deve ser lembrada como um símbolo da luta por um mundo igualitário, mesmo que o negro ainda sofra preconceito, como a mulher, o deficiente, o homossexual. E se o homem deseja mesmo evoluir é bom que pare de agir como um bárbaro.

Um comentário:

Alexandra Deitos disse...

O comentário que eu teria para fazer dessa postagens encontra-se num texto antigo meu, vou deixar o link para quando vc tiver tempo ver...

http://engenhosdealexandra.blogspot.com/2007/09/livres-ou-escravos.html

E tô ansiosamente esperando as folhas da figueira. ;)
Beijos.