Escrito nas estrelas

Poucos gêneros são tão queridos como a comédia romântica. Talvez pela leveza, pela graça com que as situações se ajustam ou pelas razões mirabolantes pelas quais os casais se atracam ou se escorraçam, até ficarem juntos – ou não – no final. Mesmo sob uma fórmula pouco variável, arrasta milhões aos cinemas desde os seus primórdios, tempo em que se encaixa “Ninotchka” (1939), do sofisticado Ernst Lubistch, com o roteiro de Billy Wilder e a beleza ‘siberiana’ de Greta Garbo. Ela interpreta uma refratária comunista cujo destino cruza com o do conquistador capitalista Melvyn Douglas, o que vai rendendo uma deliciosa transigência.
Como publicitário recomendo também “Volta, meu amor” (Lover come back, 1.961) com Rock Hudson e Doris Day – outra dupla muito querida do gênero. Os dois trabalham em agências de propaganda em Nova York; ele é um picareta, ela tenta desmarcará-lo e o filme é surpreendentemente envolvente, engraçado e bem escrito, inclusive premiado com Oscar de melhor roteiro original.
Da nova safra, uma das minhas preferidas é “Escrito nas estrelas” (Serendipity, 2.002) não por ser protagonizada por John Cusack e Kate Beckinsale, mas pelas engrenagens do destino. Os dois se esbarram na Bloomingdale’s lotada e não conseguem emplacar uma atração mútua porque já são comprometidos. Deixam que a mágica do acaso os reúna, se os deuses do amor assim decidirem. Como a arte imita a vida, a comédia romântica talvez termine bem justamente por que o amor sempre faz parte das história.

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