Os filmes de Natal

Poucas coisas na vida são tão encantadoras como o espírito natalino. Não só pela sua beleza, os seus enfeites, as suas luzinhas, a expectativa das férias, das festas e de um ano melhor. Não só pelo calor – do verão ou o humano –, o movimento nas ruas e o desvelo com o próximo, mas o sorriso no olhar do adverso e os problemas que se estancam quando os sinos anunciam uma nova esperança.
É o momento de trégua nas trincheiras, que “Feliz Natal” (Joyeux Noël, 2.005) consegue mostrar. É o momento em que soldados inimigos se esquecem dos horrores da guerra para celebrarem a paz. Um horror que persiste entre aqueles que insistem em dizer que o espírito natalino é passageiro.
É o momento de revermos as nossas ações como reviu o Ebenezer Scrooge de Charles Dickens em “Um conto de Natal” (A Christmas Carol, foto, publicado às pressas em dezembro de 1.843 para saldar dívidas), levado às telas do cinema tantas vezes por sua magnífica mensagem. Uma das versões é “Os fantasmas contra-atacam” (Scrooged, de 1.988), em que o personagem de Bill Murray se vê às voltas de ‘espíritos’ do seu passado, do seu presente e do seu futuro que o remetem a questionamentos e reflexões por seu jeito avarento de ser.
É o momento de contemplar não só os nossos avanços, mas as situações adversas, as relações difíceis, a doença, a solidão. “O anjo de vidro” (Noel, 2.004) mostra os contrapontos do Natal ou, antes, como superá-los, enlevados pelos encantos do seu espírito. E que seja, como disse o poeta, eterno enquanto dure.

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