
Quero chegar a tempo e ter uma vida pontual ou dar certo, mesmo que meu próprio compasso me atrase? Mais vale a minha inspiração ou a agenda que eu carrego? Quero o que? O dia apinhado de compromissos ou o dia livre para marchetear meu espírito? Vale mais banhar a alma de tempestade e bonança ou deita-la confortável na rede? Quero o sono dos justos ou a noite sobre as estrelas cadentes, onde nascem os meus pedidos? Quero o céu luminoso da lua ou obscuro do eclipse, sem o que a vida é um engodo?
Quero o que? O faz-de-conta da fantasia ou as notícias sangrentas dos jornais, sem as quais a concorrência me leva? Quero ser competitivo no mercado ou doar meus conhecimentos à humanidade, para que todos tenham o que eu tenho? Quero vender as minhas ideias, como bom comerciante, ou doá-las à rosa, como ela me doa o seu perfume? Quero, sobretudo, deixar que o meu Universo queira a minha querença por mim.
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