
Uma vida interessantíssima deve ter sido a do naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), parcialmente retratada em
"Creation" (http://www.imdb.com/title/tt0974014/), de 2009. O filme é envolvente, sensível e visualmente maravilhoso. Propõe-se a contar os questionamentos que Darwin (vivido pelo londrino Paul Bettany) teria tido por teorizar nada menos do a origem das espécies, o que redundou, em 1859, na publicação de "
On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life", considerada uma das obras mais proeminentes do pensamento humano. A beleza do filme está justamente na sensibilidade de Darwin, na consciência do que as suas teorias significariam, nos lancinantes debates internos entre a fé e a ciência - que quase causaram a sua morte -, na sua paixão pela natureza, no seu amor desmedido pela família, pela esposa Emma (vivida pela norte-americana Jennifer Connelly) e pelos filhos, a quem contava algumas histórias de sua célebre viagem - de 4 anos e 9 meses - a bordo do
navio Beagle, tempo em que coletou espécimes de diversas partes do planeta que embasariam a sua teoria. O debate entre a fé e a ciência é um dos pontos centrais do filme, mesmo por que Emma é muito religiosa. Aliás, segundo o filme, a esposa de Darwin é firme, resoluta, leal e tem um papel decisivo tanto na vida dele quanto na publicação da sua obra fundamental. Com tantos questionamentos, Darwin quase desiste de publicá-la. Baseado no livro
"Annie's song", do escritor Randal Keynes, tataraneto de Darwin, Creation é a minha primeira indicação de filme, uma cinebiografia, meu subgênero preferido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário