Comer, rezar, amar – O filme

Nessa semana finalmente assisti ao filme sobre cujo título havia comentado antes. Trata-se de “Comer, rezar, amar” (Eat, pray, love; 2.010), que vendeu milhões de livros e ingressos mundo afora, que notadamente interessou a muitas pessoas e que oficialmente desagradou a outras tantas.
Que o bendigam os amantes das viagens, das reviravoltas e das lendas do amor perfeito; que o maldigam os italianos, desgostosos pela originalidade que o filme não mostra em relação aos seus costumes e ao seu país, embora tantas das suas nuanças estejam lá.
Em outro momento eu dizia sobre as expectativas que o filme me causava e isso apenas baseado no título. Escrevi, em pleno Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, que comer, rezar e amar são verbos nutritivos por excelência, do corpo e da alma.
Escrevi também por familiaridade aos títulos, aos quais guardo grande importância desde os tempos do colégio, quando meu professor de português, Viriato Trancoso, fazia-me capturar dos livros o seu sentido. “Qual a razão do título?” – perguntava-me nas provas.
E aqui, como Clarice Lispector, também eu poderia dar outros títulos para o mesmo enredo, sinal de que as lições realmente aparecem para aqueles que as procuram, sejam as histórias ou os filmes bons ou ruins: há sempre uma passagem, um diálogo ou uma cena que valha a pena.
Talvez eu trocasse os três verbos substanciais por três substantivos comuns ou talvez o chamasse “Viagens, prazeres, descobertas”, porque a busca de Elizabeth Gilbert – a escritora retratada na cinebiografia, interpretada por Julia Roberts – não era tão espiritualizada como eu pensava. Pelo contrário: parece rezar pela primeira vez quando está prestes a se divorciar, ainda que sem razão aparente. E sai em busca do que não sabe ao certo.
Mas há belas mensagens no filme. Ensina algo sobre a moderação, sobre o desapego, sobre a solidariedade, sobre a tradição, sobre a família: "A única coisa permanente na vida é a família". Ensina sobretudo que para aprender basta estar vivo

Um comentário:

Alexandra Deitos disse...

Acho que eu preciso assistir!