Outros mosaicos

Desde os filmes-mosaicos de Robert Altman (leia-se meados da década de 1.970) até hoje tem aparecido dezenas de gratas surpresas – dentre as quais algumas muito recomendadas –, não só pela característica intercalação de histórias, mas pelo natural envolvimento que provocam até se costurarem no final. Lembro-me, por exemplo, de “Grand Canyon – Ansiedade de uma geração” (Grand Canyon, 1.991) e de "Corações apaixonados” (Playing by heart, 1.998), ambos com elencos estelares, ambos às voltas de um tema central (outras duas peculiaridades do gênero), ambos interessantíssimos. Além de Altman, o francês Alain Resnais também se notabilizou pela direção de filmes-mosaicos, entre os quais recomendo “Medos privados em lugares públicos” (Coeurs, 2.006) – ainda em cartaz no cinema Belas Artes, em São Paulo, um recorde de permanência –, “A vida é um romance” (La vie est un roman, 1.983) e “Amores parisienses” (On connait la chanson, de 1.997).
Entre os mais recentes, indico o colombiano Rodrigo Garcia – filho do escritor Gabriel Garcia Marquez –, que vem se celebrizando nos Estados Unidos por dirigir e escrever dezenas de episódios para séries cultuadas como “In treatment”, “Six degrees” e “Os sopranos”, entre outras. Entre os seus filmes-mosaicos, destaque para “Coisas que você pode dizer só de olhar para ela” (Things you can tell just by looking at her, 1.999), “Questão de vida” (Nine lives, 2.005) e Destinos ligados (Mother and child, 2.009), sensíveis abordagens do universo feminino.

Nenhum comentário: