Um pé no holístico

O todo é maior do que a simples soma das suas partes”. A afirmação acima, atribuída a Aristóteles em “Metafísica”, resume a ideia do Holismo (do grego Holos, inteiro, todo), segundo a qual um ser humano – ou outros organismos – não podem ser explicados apenas por um fragmento de um todo mas, sim, é o todo quem determina como se comportam os fragmentos.
Aplicado à Terapia – (do verbo grego Therapeúo, prestar cuidados médicos, cuidar), tratamento médico pela medicina tradicional ou alternativa de determinadas doenças (do latim Dolentia, padecimento), – o Holismo nos possibilita enxergar os distúrbios a serem curados sob um olhar mais amplo, levando em consideração não só suas questões físicas, mas também emocionais, mentais ou espirituais – investigando a pessoa em seu contexto, as suas origens, suas crenças, seus medos ou suas relações pessoais, resumidamente.
O Ayurveda (Ayus, vida e Veda, conhecimento, ciência), por exemplo, o sistema indiano de saúde, cujas origens remontam há mais de 5 mil anos, jamais trata dois pacientes da mesma maneira, mesmo que se tenham estabelecidos os mesmos diagnósticos. Ocorre que cada pessoa tem o seu purusha, sua consciência própria, seu observador interno, que tudo sabe e tudo vê. A anamnese ayurvédica leva em consideração, entre outras coisas, os hábitos e os comportamentos não só da própria pessoa, mas de seus pais e da sua família.
Venho acompanhando a procura cada vez maior pelas terapias holísticas, em comparação à medicina tradicional, ainda tão necessária. Num auditório lotado, onde mais de mil pessoas prestigiaram o II Simpósio Internacional de Cura Quântica e Qualidade de Vida, em setembro de 2.011, em Olinda/PE, (o próximo acontece de 13 a 15 de setembro de 2.013 no Anhembi, em São Paulo), pude comprovar a importância crescente de médicos tradicionais que não poupam elogios às também chamadas terapias alternativas.
Aliás, o pernambucano Tchydjo, o pajé da tribo Kariri-Xocó que promove eventualmente aqui no Instituto Cultural Potala atendimentos individuais, gosta de brincar comigo que a medicina alternativa não é a dele, que utiliza tambores, maracás, cânticos, cachimbos e plantas, mas a do homem branco, que usa compostos químicos para curar.
A bem da verdade, sou testemunha de que vivemos hoje um momento bastante próspero para os cuidados com a saúde em seus diferentes aspectos, físicos, psicológicos ou sociais. Tenho certeza de que, a exemplo de sermos todos um único quantum de energia humana, as terapias todas, holísticas ou não, são também uma só força divina capaz de promover um planeta mais cientificamente mais saudável e holisticamente mais equilibrado.

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