Bondade

Não me canso de escrever sobre a virtude, ainda que nenhum dos diplomas na minha parede atestem a justa fórmula da vida. Prefiro acreditar que pontuar otimismo seja um tanto melhor para o espírito que encontrar tantas formas da miséria humana espalhadas pelas páginas da cidade. Aliás, para falar sobre a bondade não é necessário ter feito cursos específicos. Conheço pessoas das mais simples que são tão encantadoras por seus jeitos suaves, educados e desinteressados.
Ao falar sobre a bondade não serei nem o primeiro nem o último, porque Platão (428 a.C.-348 a.C.) e Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) já debatiam a virtude, assim como o Ahimsa, um dos princípios do hinduísmo, através do qual se apregoa a não-violência, o mesmo que praticava Gandhi em seu tempo. “A sua bondade – diz a doutrina, em essência – é inversamente proporcional ao mal que você causa a seres sencientes.” As religiões recomendam a bondade; João, Mateus, Paulo; Confúcio e a Torá são unânimes em nos recomendar que não façamos para outrem o que nos é odioso. A bondade está contida nos mandamentos, na ética, na moral. Aristóteles acreditava que, se incutida nas pessoas, a virtude as tornariam melhores. Mais do que isso: que a própria virtude era o meio termo entre dois extremos.
Ser bondoso é ser agradável, razoável; é ser correto segundo os nossos valores, é anotar boas ações no nosso histórico, o que repercute pela nossa existência, na nossa alma e no nosso bem estar. Não só a religiosidade pode diminuir os riscos de problemas cardíacos – como a ciência tem mostrado –, mas a afabilidade entre as pessoas, a civilidade, a esperança de um futuro melhor.
Os pensamentos ecoam e a bondade nasce da intenção. Pessoas boas são bem intencionadas sobretudo por que compreendem a importância de não ferir o próximo, segundo a sua própria sensibilidade. Talvez o caminho mais virtuoso seja aquele em que sempre se oferece uma beleza. Afinal, como diz o provérbio: “a fragrância sempre permanece na mão de quem oferece flores”.

Um comentário:

Alexandra Deitos disse...

o mais dificil na bondade é
encontrar a não espera...
mas chegamos lá, a passo lentos e certeiros.
:)